sábado, 19 de maio de 2012

Estádio pré-operatório: dos 2 aos 6/7 anos

Período da preparação e da organização da inteligência operatória concreta. A criança já deve ser capaz de manipular o seu ambiente simbólico através das suas representações ou pensamentos acerca do mundo externo. A criança aprende a representar os objectos por

palavras e a manipular as palavras mentalmente. É o período em que os fundamentos da personalidade do indivíduo lançados na fase anterior começam a tornar formas claras e definidas. Há consideráveis mudanças físicas.

A maturação neurofisiológica completa-se. Aparecimento da função semiótica ou simbólica, que assinala o início do pensamento, que é a capacidade de criar símbolos para substituir ou representar os objectos e de lidar mentalmente com eles. É o respeito que a criança nutre pelos indivíduos que julga superiores a ela.

Os esquemas de acção são substituídos por esquemas de representação, assinalando o início da inteligência representativa ou pensamento. Este e a linguagem estão reduzidos, no geral, ao momento presente e a acontecimentos concretos.




Temos aqui dois subestádios:

I. Pensamento simbólico pré-conceptual: 2 a 4 anos

a. Os desejos tornam-se realidade;

b. Possui as seguintes características:

i. Animismo ou antropomorfismo: A criança atribui sentimentos humanos a objectivos à sua volta;

ii. Realismo: Dá corpo, materializa as suas fantasias;

 

iii. Finalismo: Se as coisas existem, têm de ter uma finalidade. Tudo o que existe, existe para o bem da criança. Apesar de já possuir inteligência representativa, a causalidade que atribui aos objectos é de natureza finalista;

iv. Artificialismo: Explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos seres humanos para lhes servir como todos os outros objectos;

v. Egocentrismo: Tendência da criança de ligar tudo que lhe acontece com os seus sentimentos e acções.

II. Pensamento intuitivo: 4 a 6/7 anos

a. As crianças julgam as situações pelos dados que podem captar pelos seus sentidos.

b. Características:

i. Centração: Incapacidade para se centrar em mais de um aspecto da situação;

ii. Irreversibilidade do pensamento: A criança não consegue reverter as operações que realizou inicialmente para comprovar o seu raciocínio;

iii. Raciocínio transdutivo: Aplicação de uma mesma explicação a situações parecidas. Isto ocorre quando as crianças tentam deduzir as relações sem a experiência ou conhecimento necessário para o fazer. O raciocínio transdutivo está ligado ao egocentrismo;

iv. Dificuldades de transformação: Não são capazes de compreender que a quantidade pode permanecer embora mude seu aspecto ou aparência;

v. Sincretismo: Modelo de raciocínio que toma a parte pelo todo;

vi. Dificuldades de classificação: As crianças normalmente experimentam dificuldades para estabelecer e relacionar classes de objectos ou situações;

vii. Dificuldades de seriação: As crianças frequentemente têm dificuldades em ordenar ou criar séries.

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