O modo como o raciocínio moral ou juízo de valor moral se desenvolve diz respeito à idade em que a criança poderá ser considerada moralmente responsável e está ligado ao desenvolvimento cognitivo.
Piaget desenvolveu um modelo teórico explicativo do desenvolvimento moral baseado no
respeito
e
compreensão das
regras. Para
ele, a dimensão
moral
do desenvolvimento psicológico
refere-se ao respeito pelas normas sociais e ao desenvolvimento de sentido de justiça
no sentido de igualdade e reciprocidade.
As suas investigações permitiram-lhe concluir
que
existem
diferenças
quanto
ao respeito às regras em crianças de idades diferentes, distinguindo-se as fases de heteronomia e
autonomia moral.
I. Heteronomia moral: dos 4/5 aos 8/9 anos
a. O sujeito submete-se a regras que são ditadas do exterior e que são
“sagradas”, provenientes de
uma
autoridade superior e que
não podem ser alteradas;
b. Nesta fase, a criança percebe as regras como absolutas, imutáveis e intangíveis;
A moralidade é determinada pelas consequências materiais,
independentemente das
intenções do sujeito;
c. Sendo as regras encaradas como algo exterior a si, só o respeito pela autoridade (que as
dita)
justifica
que
elas sejam seguidas.
II. Autonomia moral: dos 8/9 anos em diante
a. É a moral da cooperação e da
reciprocidade;
b. O sujeito constrói as suas
regras morais
que interioriza
e
cuja necessidade compreende;
c. A criança
percebe as regras
como estabelecidas e mantidas
pelo
consenso social;
d. As considerações sobre a justeza de um acto dependem agora das
intenções;
e. O contacto com pontos de vista divergentes constitui um elemento
crucial para o
desenvolvimento
da moralidade autónoma de
reciprocidade.
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