Desenvolvimento do recém-nascido e do lactente e é caracterizado como o período de adaptação ao mundo exterior. É a fase em que predomina o desenvolvimento das percepções e dos movimentos. Neste, a criança não se distingue dos objectos que a rodeiam, nem compreende as relações entre os objectos independentemente dela. A criança serve-se de percepções e movimentos organizados em esquemas de acção. Ela gere os seus próprios reflexos inatos e transforma-os em acções de prazer ou interesse.
Começa a tomar consciência de si como uma entidade física separada. O desenvolvimento físico é acelerado. O desenvolvimento ósseo, muscular e neurológico permite a emergência e novos comportamentos, o que propiciará um domínio maior do ambiente. Essa fase do processo é caracterizada por uma série de ajustamentos que o organismo tem de fazer, em função das exigências do meio. O que acontece ao indivíduo nessa fase é crucial na importância para todo o processo do desenvolvimento.
O bebé adquire o conhecimento por meio das suas próprias acções, que são controladas por informações sensoriais imediatas. Ao nível da acção, ela constrói noções fundamentais para o desenvolvimento ulterior, como a noção de objecto permanente e a de causalidade. Ao desaparecer do campo perceptivo do bebé, o objecto deixou de existir para ele.
Aos 18 meses, já é capaz de relações objectivas de causalidade, na medida em que se serve de meios apropriados para alcançar os seus fins. Trata-se de uma causalidade
egocêntrica, ligada à acção própria, caracterizada pela ausência de relações objectivas entre o meio e o fim a atingir.
Este estádio subdivide-se em seis subestádios:
1. Uso dos reflexos – Vai do nascimento até ao fim do primeiro mês de idade. Os elementos básicos dos padrões motores e perceptivos, tanto do ponto de vista da percepção propriamente dita, como do ponto de vista do comportamento expressivo;
2. Reacções circulares primárias – Vai do primeiro mês de vida até ao quarto. Refere-se a um tipo de comportamento que providencia o estímulo ou para a sua própria repetição ou para continuação do comportamento iniciado. Alguns dos esquemas inatos começam a ser substituídos por movimento voluntário. A criança começa a "olhar" para as coisas ao seu redor. A criança perde algo do seu egocentrismo e começa a tomar conhecimento do mundo ao seu redor;
3. Reacções circulares secundárias – Vai do quarto ao oitavo mês de vida. Estas reacções circulares relacionam-se mais com o meio externo do que com o corpo da criança, isto é, os movimentos que revelam certa intenção, desejo ou propósito. A criança começa a tomar consciência do mundo ao seu redor, mesmo que ainda não seja capaz de se interessar por certos objectos que se encontram no seu meio físico. Ela começa a reconhecer objectos e pessoas que são familiares. A criança começa a adquirir a ideia de um mundo externo estável, se bem que ainda não tenha a noção de permanência dos objectos. Uma evidência da sua percepção dos objectos ao seu redor é que, quando o objecto desaparece, ela procura-o;
4. Reacções circulares coordenadas – Vai do oitavo ao décimo-segundo mês de vida. A criança começa a exibir comportamento antecipatório, usando sinais para prever ou antecipar futuros eventos. A criança consegue usar novos esquemas em diferentes situações para resolver determinados problemas. Ela adquire a noção elementar de permanência dos objectos e a noção de espaço;
5. Reacções circulares terciárias – Vai dos doze aos dezoito meses de vida e caracteriza-se pelo comportamento repetitivo da criança. Existe uma tentativa da criança no sentido de variar a sua acção sobre os objectos, a fim de conseguir diferentes resultados. Início da experimentação por tentativa-e-erro como método de solucionar problemas ou de aprender algo novo. Aqui encontramos as características fundamentais do comportamento inteligente;
6. Invenção de novos significados para as coisas através de combinações mentais – Vai dos dezoito meses aos dois anos de vida. É a capacidade de resolver problemas sem a necessidade de explorar fisicamente suas possibilidades. A criança nessa idade é capaz de inventar soluções internas por meio da imaginação visual ou simbólica.
Entre os aspectos mais importantes do desenvolvimento psicossocial salientam-se os seguintes:
1. A aquisição da linguagem articulada;
2. Desenvolvimento emocional, através do qual o indivíduo deixa de funcionar a nível puramente biológico e passa ao processo de socialização dos seus próprios atributos fisiológicos;
3. A aquisição do sentido de moral, que permite ao indivíduo a formulação de um sistema de valores no qual as necessidades secundárias se tornam mais salientes e decisivas do que as próprias necessidades psicológicas.
Importância da figura materna, do contacto físico e dos aspectos psicossociais.
A criança encontra uma realidade social à qual deve ajustar-se para poder viver e tornar-se um elemento criativo na sociedade.
Principais características observáveis durante a fase sensório-motora
Exploração manual e visual do ambiente;
Experiência obtida com acções, a imitação;
A inteligência prática (através de acções);
Acções como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar;
A coordenação das acções proporciona o surgimento do pensamento;
A centralização do próprio corpo;
A noção de permanência do objecto.
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